domingo, 28 de fevereiro de 2010

Rotina


Ao fim da minha rua, ao lado de uma prédio abandonado, havia um cabaré onde toda noite escutavam-se os bandolins, juntamente com a musicalidade de uma cidade grande, gerando uma harmoniosa dança de uma bailarina que valsava como criança. Toda noite após minha rotina, eu me sentava à beira da cama, para ver o espetáculo daquela leve menina. Eu observava as luzes do prédio e das casas se apagando aos poucos, dia após dia. Aquilo começou a fazer parte da minha vida, era lindo o jeito que ela dançava e mudava os passos, pouco a pouco, com a mesma leveza de sempre. Ao fim da noite o movimento da cidade recomeçava e o som dos bandolins diminuía. De longe eu avistava a linda bailarina que descia as escadas com pressa, para não perder a condução que a levava de um lado até o outro da cidade. E eu me levantava da cama e começava a fazer rapidamente tudo o que eu fazia todos os dias para chegar a tempo de ver o magnífico espetáculo novamente.

Bandolins - Oswaldo Montenegro

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